“A vista chega antes das palavras.
A criança olha e vê antes de falar”
John Berger
Muita coisa muda o tempo todo no acelerado e incansável mundo novo.
E a compressão do espaço-tempo da vida pós-moderna cria outras formas de viver, observar e ver o mundo. Na verdade, as experiências nossas de cada dia, não nos permitem mais a velha prática contemplativa, e parecem conspirar contra a atenção concentrada e a reflexão filosófica sobre as coisas do mundo.
Parece que somente nos resta o exercício esquizofrênico do presente vertiginoso, que mesmo assim, nos escapa entre os dedos e lentes. Nada mais parece apreensível, localizável e estável. Tudo que é liquido, escorre para logo depois evaporar. Olhares liquefeitos, vivências fugazes, leveza das formas, fragmentos de vida se desmanchando no ar, diante de nossos olhos desatentos. Tudo sem tempo e lugar, nada tendo duração ou identidade. Isso significa que estamos condenados a errância niilista?
Significa que estamos presos a uma lógica vazia e insana e qualquer tentativa de compreensão do que vivemos e somos é um ato precipitado e sem sentido? Será que já não somos mais capazes de entender e interpretar o mundo que nos envolve e nos cerca?
(...)
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