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Vc sabia?

Doenças e alimentação podem alterar odores corporais

IARA BIDERMAN
Colaboração para a Folha de S.Paulo
AMARÍLIS LAGE
da Folha de S.Paulo

Há diversas causas para os diferentes cheiros do corpo. Doenças, por exemplo, causam mudanças nos odores que exalamos, assim como a comida.

Para entender melhor o que acontece com os odores corporais e por que exalamos diferentes cheiros, a Folha consultou especialistas de diferentes áreas. Confira mais explicações para dúvidas sobre os cheiros do corpo.

Existe cheiro de doente?

Em qualquer idade, doenças causam mudanças nos odores exalados pelo corpo. São características as infecções de garganta, alterações digestivas e halitoses. Micoses, principalmente nos pés, também causam odores característicos. Outras doenças que se manifestam pelo cheiro são as ginecológicas e as renais. A insuficiência renal produz o odor urêmico, causado pela alta concentração de uréia no organismo.
Infecções vaginais também eliminam odores típicos. Na mulher, eles se tornam mais perceptíveis após a menstruação ou a ocorrência de relação sexual. Nestas ocasiões, o pH vaginal se torna mais básico, facilitando a liberação do odor produzido por bactérias. Doenças da tireóide interferem na produção das glândulas sudoríparas, mudando indiretamente o odor.

O nosso cheiro depende do que comemos?

Algumas comidas influenciam o cheiro que exalamos. Mas é um efeito transitório: dura o tempo necessário para a metabolização e eliminação das substâncias responsáveis pelo odor. Em muitos alimentos, essa eliminação é mais perceptível no hálito. Mas há alguns que também são exalados pelo suor. Os que mais causam esse efeito são os que contêm enxofre, como o alho e a cebola. O consumo excessivo de proteínas aumenta a produção de amônia, que se manifesta em um suor com cheiro mais intenso. Dietas com grande restrição de carboidratos também podem modificar os odores corporais. Nesses regimes, a escassez da principal fonte energética do corpo faz com que as reservas de gorduras sejam utilizadas para gerar energia. O metabolismo acelerado de gorduras produz substâncias chamadas corpos cetônicos, causadoras de um odor característico. Esse processo também pode alterar o odor corporal de diabéticos.

Remédios influem nos odores do corpo?

Uma substância usada contra a dor, chamada DMSO (dimetilsulfóxido), aplicada com soro, produz um odor corporal forte, por causa do enxofre, que costuma durar alguns dias. Algumas substâncias usadas na quimioterapia também podem influir no cheiro do corpo. Além disso, as vitaminas do complexo B e o zinco em grandes quantidades mudam o cheiro exalado.

A hiperidrose afeta o cheiro do corpo?

A hiperidrose é a produção excessiva de suor, provavelmente por predisposição hereditária, mas sem causa definida. Ela se manifesta em áreas localizadas do corpo, como palma das mãos, planta dos pés, faces ou axilas. Em regiões como as mãos ou a face, onde não há glândulas apócrinas, não causa necessariamente mau cheiro. De qualquer forma, ao aumentar a umidade da pele, o problema propicia o crescimento de bactérias e fungos que podem causar odores ruins. Quando os sintomas são intensos, o tratamento é cirúrgico. Também é aplicada toxina botulínica, mas seus efeitos são passageiros -duram de seis meses a um ano.

O que causa o mau hálito?

O sintoma pode ter inúmeras causas. Mas, em geral, há um fator comum: as bactérias proteolíticas. Presentes naturalmente na língua, elas ajudam a "quebrar" as proteínas existentes no local, liberando pela boca um derivado do enxofre, de odor desagradável.

Assim, quem consumir muita proteína (como carnes e laticínios) e não limpar bem a língua proporcionará um ambiente adequado a essas bactérias e terá mau hálito. O consumo de álcool e de alimentos muito quentes, salgados ou condimentados e o fumo causam o ressecamento e a descamação da mucosa bucal, cujas células, ricas em proteína, se depositam na língua. Nesses casos, uma boa higiene bucal feita também com um limpador lingual pode melhorar o quadro.

Mas existem também as causas patológicas, dentre as quais a mais comum é a hiposalivação -a falta de saliva leva ao ressecamento e à descamação da mucosa bucal. Já os problemas de estômago representam apenas de 3% a 5% dos casos de mau hálito e costumam estar relacionados ao refluxo gastroesofágico, que leva o paciente a exalar um cheiro de vômito.

Quando sentimos medo exalamos um odor diferente?

Situações de estresse interferem no odor exalado pelo corpo de duas formas. Ao mesmo tempo em que aumentam a produção das glândulas sudoríparas, liberam uma série de hormônios no sangue, que serão exalados junto com o suor, mas nem sempre são perceptíveis.

Desodorante é igual a antiperspirante?

Não. O desodorante, além de ter aromas que mascaram o cheiro, tem substâncias anti-sépticas, que combatem a ação das bactérias, e compostos que absorvem as secreções. O antiperspirante inibe a produção das glândulas sudoríparas, obstruindo o poro por onde sai o suor.

O que gera o chulé?
O mau cheiro nos pés é causado pela proliferação de bactérias e fungos, que podem estar presentes na pele ou ser adquiridos no ambiente. Esses microorganismos se desenvolvem quando encontram um meio de cultura propício: quente, úmido e escuro. Embora o pé não tenha glândulas sudoríparas apócrinas, a umidade causada pelo suor associada a hábitos como o uso de sapatos fechados favorece o surgimento de infecções e micoses que produzem o cheiro desagradável.

Enquete: Você alerta um amigo com mau hálito ou cheiro de suor?

Fontes: ANDRÉ CAVALCANTI, urologista da Sociedade Brasileira de Urologia; BETTINA MALNIC, professora do Instituto de Química da USP (Universidade de São Paulo); CLÁUDIO BONDUKI, ginecologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); DAIANE ROCHA, presidente da ABPO (Associação Brasileira de Estudos e Pesquisas dos Odores da Boca); FÁBIO PINNA, médico do grupo de rinologia do HC (Hospital das Clínicas) da USP; GABRIELA PEREIRA DA COSTA OLIVEIRA, nutricionista do Ganep Nutrição Humana (SP); LUIZ EDUARDO VILLAÇA LEÃO, chefe do departamento de cirurgia toráxica da Unifesp, especialista em cirurgia para hiperidrose; MAURÍCIO DE SOUZA LIMA, hebiatra do HC da USP; OSMAR MONTE, endocrinologista, presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo; RENATA ASHCAR, autora do "Guia do Perfume" (ed. Duetto); SOLANGE PISTORI TEIXEIRA, dermatologista da Unifesp; VÂNIA ASSALY, endocrinologista e nutróloga, membro da International Hormone Society.

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