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Justiça autoriza casal gay, um deles travesti, a cuidar de bebês de 5 meses

Clarissa Monteagudo - Extra

RIO - Medalha de Nossa Senhora Aparecida no pescoço, a costureira Bruna Batista, de 43 anos, embala um bebê de 5 meses nos braços, enquanto o marido, o também costureiro Sebastião Batista, de 45, dá mamadeira à irmã gêmea da criança.

Num primeiro momento, a história da costureira pode parecer comum, mas ela simboliza mais uma vitória contra o preconceito. Bruna, travesti casado há 25 anos com Sebastião, recebeu, por determinação da Justiça, um casal de gêmeos, há cerca de 20 dias. Os dois se inscreveram no programa Família Acolhedora, da Prefeitura do Rio.

Pelo projeto, famílias recebem em suas casas crianças afastadas temporariamente de seus parentes por causa de algum episódio de violência. O objetivo é evitar que os pequenos sejam levados a abrigos e mantê-los em um ambiente mais acolhedor até que a Justiça entenda que as famílias já estão preparadas para recebê-los novamente.

" Eu nem enxergo o preconceito "

O afastamento das crianças no futuro causa apreensão no casal, que vibra com o ganho de peso e a aparência cada vez mais saudável das crianças. Bruna e o marido se prepararam durante um ano para encarar o desafio de cuidar de menores por um período - que deve oscilar de seis meses a um ano - sabendo que, um dia, eles voltarão para seus lares. Experiente, o casal já criou dois meninos, Mauro e Gilmar. O primeiro voltou a morar com a mãe biológica, já adulto e com aprovação dos pais adotivos. O segundo, se casou, deixando um vazio na casa.

- Minha parte no mundo já fiz. Ajudei crianças que não eram minhas, mas que, hoje, até se parecem comigo. Eu as considero meus filhos. Eles são como plantinhas, que têm que ser regadas, depois seguem sua vida. A gente dá uma força - ensina Bruna ( clique aqui e ouça o que mais o travesti diz ).

A costureira tem rotina de dona-de-casa comum. Adora ir com o marido dançar forró na Feira de São Cristóvão, mas não tem ido para cuidar do neto, Gilmar Júnior, de 1 ano, primogênito do filho adotivo Gilmar:

- Minha vida é absolutamente normal. Eu nem enxergo o preconceito. Antes, não me aceitava. Hoje, adoro me olhar no espelho e ser como sou.

" A Justiça compreendeu que existe uma nova composição de família "

Para o secretário municipal de Assistência Social, Marcelo Garcia, a aprovação do casal no programa pela Justiça é uma mostra de que a sociedade está passando a aceitar um novo modelo de família:

- A Justiça compreendeu que existe uma nova composição de família, na qual se dá mais valor ao respeito nas relações que ao que está no papel.

O programa Família Acolhedora já atendeu 2.631 menores. Nos últimos oito anos, cerca de 96% voltaram às suas famílias. O processo é acompanhado pelo Juizado de Menores e pelo Ministério Público. Profissionais da secretaria promovem encontros entre as famílias acolhedoras e os pais biológicos. Quem quiser se inscrever deve ligar para o telefone 2293-6479, de segunda a sexta, entre 9h e 18h.

Fonte : O extra

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